Sergipe é o único Estado do nordeste com todos os municípios alvo inscritos no Selo Unicef, de acordo com os representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Além dos 49 municípios do Semiárido que são público alvo, mais dois do Baixo São Francisco com características parecidas também se inscreveram no programa com o objetivo de obter a certificação nacional.

Segundo dados divulgados pelo Unicef, o período de 2013 a 2016 não foi positivo para Sergipe. Do total de municípios do Semiárido para obtenção da certificação do Selo Unicef, apenas 39 se inscreveram e destes, apenas oito municípios conseguiram a certificação nacional. O número não é positivo, tendo em vista a quantidade de municípios que o Estado possui.

Para a coordenadora do escritório do Unicef para os Estados de Sergipe, Bahia e Minas Gerais, Helena Oliveira, o objetivo é melhorar os resultados para o período 2017-2020. “A gente quer, e isso é entendimento tanto do Estado quanto do Unicef, que mais municípios de Sergipe sejam ganhadores do selo”, disse.

Para a coordenadora, o desejo do Governo do Estado se transformou em prática, pois foram intensificados os trabalhos de mobilização para a nova edição, a ponto de transformar Sergipe no único Estado do nordeste com 100% dos municípios publico alvo inscritos no selo Unicef.

“Além dos municípios que são público alvo, existem mais dois da região do Baixo São Francisco, que se inscreveram por ter indicadores semelhantes ao semiárido”, afirma Helena Oliveira.

O Selo é um reconhecimento dado aos municípios do Semiárido brasileiro que se empenharam em melhorar os índices relacionados à qualidade de vida da sua população infanto-juvenil.

O intuito é que os gestores de municípios do semiárido se comprometam a adotar medidas voltadas para a melhoria das condições de vida da população infanto-juvenil, através da implementação de ações que proporcionem resultados positivos na promoção dos direitos de crianças e adolescentes, nas áreas de educação, saúde e proteção.

A metodologia do Selo UNICEF está a serviço do fortalecimento das políticas básicas para a infância e a adolescência, e da participação da sociedade no planejamento e acompanhamento da gestão pública.

O programa desenvolve capacidades de diferentes atores sociais do município, incluindo adolescentes e crianças, incentivando-os a conhecer, avaliar e contribuir para a melhoria dos indicadores sociais relacionados a meninos e meninas com idade entre zero e 17 anos.

Uma das principais vantagens de se obter o selo é o aprimoramento dos serviços de atenção infância-adolescência, ou seja, é possibilitar que um secretário saiba fazer seu trabalho, um gestor, técnico ou atendente no posto de saúde possa fazer bem o que lhe é destinado, conseguindo chegar àquela criança, no adolescente, no bebê, naquele jovem em situação de cumprimento de medida sócio-educativa, daquele adolescente em situação de adicção – quando se tem obsessão compulsiva para consumir qualquer tipo de droga que modifique nosso comportamento – e precisa de fato de um atendimento especializado, uma criança com deficiência, uma inclusão escolar para pessoas com deficiência.

“Quando o município sabe fazer isso, quando o técnico sabe desenvolver essa agenda e vê o retorno, esse é o principal ganho. Em outras palavras, o investimento no capital, desenvolvimento e recurso humano do município é o nosso bem maior, e aí estão as crianças e os adolescentes. E isso gera histórias para contar, não só em Sergipe, como nos nove Estados do Nordeste onde o selo também acontece”, disse a coordenadora.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.