Sergipe tem 120 mil crianças e adolescentes em atraso escolar
Quantitativo de crianças fora da escola é considerável, afirma especialista
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 20/11/2018 11h30 - Atualizado em 20/11/2018 11h36

Com o objetivo de discutir a educação, a saúde e o protagonismo dos adolescentes, representantes dos 46 municípios sergipanos inscritos no Selo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) – Edição 2017-2020 – se reúnem desde a manhã desta terça-feira (20), na Faculdade São Luís de França, no 3º Ciclo de Capacitação.

“Hoje os municípios estão trabalhando temas específicos, o primeiro e o segundo ciclos foram mais gerais sobre a metodologia, avaliação, temas gerais e forma dos municípios trabalharem com o Selo, hoje são temas mais específicos”, disse a consultora do Unicef e coordenadora do Selo Unicef, Ana Carla Carlos.

Segundo ela, o principal entrave e desafio é a sensibilidade dos gestores de priorizar questões das crianças e adolescentes. E a partir do Selo o município recebe capacitação e todos os guias de boas práticas para implementação das ações.

Na oportunidade, especialistas do Unicef apresentam estratégias para o fortalecimento e resolução de problemas pendentes em municípios sergipanos, como por exemplo a exclusão escolar.

“Hoje ainda temos no Brasil um quantitativo considerável de crianças e adolescentes fora da escola, o que para a gente é uma situação absurda, pois educação é um direito constitucional que deve ser garantido a toda e qualquer criança, mas o país ainda tem um trajeto longo para isso, todos os Estados brasileiros e nós temos uma estratégia específica de enfrentar a exclusão que se chama Busca Ativa Escolar”, disse a consultora de Educação do Unicef, Daniela Rocha.

Essa estratégia é intersetorial, pois liga três áreas importantes (educação, saúde e assistência social) para o município e é usada para identificar onde as crianças vivem, dentro das comunidades, nas famílias e trazer esse público de volta para a escola, inserindo em outros serviços públicos.

Além disso, as apresentações incluirão outras iniciativas de educação, como a Trajetórias de Sucesso Escolar, que aborda o enfrentamento da distorção da idade-série, formas de reverter a evasão escolar, a gestão da escola e a articulação com o território e relação escola-família-comunidade, além da apresentação de experiências pedagógicas de sucesso escolar no Brasil.

No Brasil, a Unicef estima que cerca de 7,2 milhões de crianças e adolescentes vivem em atraso escolar, dos quais cerca de 128 mil são sergipanos. Esse é outro problema que deve ser resolvido a partir das estratégias.

Para o articulador e presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Aquidabã, Leonardo Siqueira, o evento é importante porque apresenta a efetividade de políticas públicas, ou seja, apresenta de forma clara quais os encaminhamentos que devem ser tomados.

“Eventos como esse nos fortalecem e nos encaminham a pontos estratégicos, ou seja, mostrando o foco a ser dado para que os municípios alcancem os objetivos. É priorizar a criança e o adolescente”, disse Leonardo.

A agenda inclui também orientações para políticas de tratamento adequado da sífilis congênita e relatos de experiência dos Núcleos da Cidadania dos Adolescentes (NUCAs) instalados nos municípios participantes.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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