A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 em Sergipe segue no mesmo ritmo de crescimento da doença pelo estado. Atualmente, quase metade das vagas já foram ocupadas por pacientes que, em média, precisam do internamento em terapia intensiva por cerca de 15 dias. 

Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), na noite desta quinta-feira (7), 80 pessoas estão internadas em hospitais das redes pública e particular. Dessas, 38 são tratadas em leitos de terapia intensiva. 

O número corresponde a 45% do total de vagas disponíveis. Os hospitais da rede pública são os mais demandados e já têm 52% dos leitos de UTI ocupados. Na rede privada, 36% das vagas já possuem pacientes internados. 

A projeção da Universidade Federal de Sergipe (UFS) indica que, se a curva de casos continuar a crescer na mesma proporção dos últimos dias - em média 15% -, o sistema de saúde sergipano deve esgotar os leitos de UTI disponíveis em uma semana. 

Levantamento do IBGE revela a existência de um total de dez leitos de UTI para cada grupo de 100 mil habitantes de Sergipe, seis deles vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A região do município de Itabaiana, no agreste do estado, foi apontada pela pesquisa como uma das oito do país que não dispunham de nenhum leito de unidade de terapia intensiva (UTI). 

A situação dos leitos clínicos de enfermaria é mais confortável. Dos 223 disponíveis, 42 já são ocupados por pacientes em tratamento contra a Covid-19. Esse número representa 18% do total de espaços de internação de média complexidade em condições de funcionamento. 

Associada ao receio com a possibilidade de sobrecarga da estrutura de saúde, está a preocupação com a disponibilidade de respiradores. Um levantamento do IBGE indica que, até o final do ano passado, Sergipe possuía 486 equipamentos, o que corresponde a 21 para cada 100 mil habitantes. 

Os estados do Nordeste tiveram cancelada a segunda tentativa de compra de respiradores necessários para o atendimento de pacientes em estado grave infectados pelo novo coronavírus.

O governo da Bahia, que representou a região no acordo, agora tenta reaver R$ 49 milhões pagos antecipadamente a uma empresa sediada nos Estados Unidos. O valor se referia a 80% do preço de um lote de 600 ventiladores pulmonares. Para Sergipe, seriam liberados 20 desses aparelhos. 

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quinta-feira (7) que o Governo Federal não está mais conseguindo comprar respiradores. O país tem 65 mil desses equipamentos, mas nem todos para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19.