Sergipe tem maior proporção do país de adultos com colesterol alto em 2019
IBGE fez levantamento sobre diagnóstico de doenças e os hábitos do sergipano Cotidiano | Por Fernanda Araujo* 18/11/2020 21h45Em Sergipe, 21,1% das pessoas de 18 anos ou mais informaram que receberam diagnóstico médico de colesterol alto em 2019. O estado apresenta a maior proporção nacional de pessoas nessa faixa etária que afirmam ter esse diagnóstico. A informação faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta a proporção de pessoas com 18 anos ou mais que referem ter diagnóstico médico de doenças crônicas - um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e do mundo, segundo o IBGE.
No estado, as mulheres foram as que mais relataram sofrer com o colesterol alto - 26,4% -, enquanto os homens figuram com 15,2%. Somente na capital, Aracaju, essa proporção sobe para 26%. Mais de 40% das pessoas de 60 a 64 anos (40,9%) afirmam ter esse diagnóstico médico, diante de 8,4% entre pessoas de 18 a 29 anos. Para conferir todos os resultados da pesquisa, acesse aqui.
O estado também tem 22,5% pessoas com hipertensão arterial, sendo 18,6% homens e 26% mulheres. Em Aracaju, esse percentual chega a 23,6%. Por grupo de idade, 65,4% das pessoas de 75 anos ou mais podem ser acometidas pela doença, diante de 3,3% de jovens de 18 a 29 anos. Ao todo, 5,4% das pessoas com hipertensão têm um grau intenso ou muito intenso de limitações de sua atividade por conta desse quadro e este é o maior percentual da região Nordeste.
Quanto ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), o estado também apresenta a maior proporção do Nordeste de pessoas com 18 anos com esse diagnóstico. O percentual médio do Nordeste é de 2,1%; o de Sergipe é 2,7%. Na capital, a proporção é de 2,3%. O estado também apresentou o maior percentual nordestino de pessoas com alguma doença no coração, tanto no total, como na análise por sexo, com 5,2%. Em Aracaju esse percentual é de 5,8%. O maior percentual (16,2%) está presente entre pessoas de 75 anos ou mais.
No ano passado os maiores percentuais de pessoas com câncer estão entre as idades de 60 a 64 anos e mais de 75 anos ( 5,6% e 8%, respectivamente). O Rio Grande do Norte é o estado com maior percentual (2,7%) e Sergipe, junto com a Paraíba, vem em seguida, com 2,1%. A PNS também estimou que 6,8% da população sergipana de 18 anos ou mais teve o diagnóstico de diabetes, na capital foi de 6,6%. Por grupo de idade, a doença está presente em 1% da população de 18 a 29 anos, diante de 18,2% das pessoas de 65 a 74 anos.
Ainda conforme a pesquisa, no estado 6,6% tiveram diagnóstico de algum tipo de doença mental (esquizofrenia, TOC, transtorno bipolar, psicose), o maior percentual do Nordeste da população de 18 anos ou mais. Aracaju também é a capital nordestina com maior percentual da população que afirma ter esse diagnóstico (9,8%).
Em Sergipe, 56,6% das pessoas com 18 anos ou mais se autoavaliaram como tendo saúde boa ou muito boa. Na capital, chega a 66,4%. A maior parte das pessoas que se avaliam assim no estado está no grupo de 18 a 29 anos (74,8%). Por outro lado, somente 36,7% entre o grupo de 60 a 64 anos fizeram essa afirmação. Essa avaliação muda também a depender da renda, pois somente 51,7% das pessoas com rendimento de até ¼ de salário afirmam ter uma saúde boa ou muito boa. Já para pessoas com rendimento de 3 a 5 salários mínimos, o percentual de afirmação é de 83,8%. Na análise por escolaridade, 77,6% com ensino superior afirmam ter uma saúde boa ou muito boa, diante de 45,9% de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.
No Brasil, 52% das pessoas adultas informaram que receberam diagnóstico de pelo menos uma doença crônica no ano passado, segundo a pesquisa. O levantamento, feito em 108 mil domicílios, tem parceria com o Ministério da Saúde.
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Depressão
O IBGE destaca ainda que Sergipe e Rio Grande do Norte são os estados nordestinos que apresentam os maiores percentuais da população com depressão por diagnóstico de um especialista em saúde mental. Em uma análise por ocupação, 35,7% das pessoas ocupadas podem apresentar esse quadro clínico, diante de 66,2% das pessoas desocupadas. Os maiores percentuais começam a partir dos 30 anos de idade. No estado, a média é de 8,5%, mulheres (12,5%) e homens (4%). Em Aracaju, esse percentual chega a 12,3%.
Entre as pessoas que têm o diagnóstico de depressão e fazem psicoterapia são 19% no estado e 21,8% na capital. O maior percentual é na população de 18 a 29 anos (36,2%). Por nível de instrução, 12,1% das pessoas sem escolaridade se tratam terapeuticamente, diante de 26,2% das pessoas com Ensino Superior. A depressão também afeta a rotina das pessoas, 17,4% têm limitações graves na realização de suas atividades por conta da doença.
Estilo de vida
A alimentação também foi avaliada na pesquisa, apontando que o consumo de feijão no estado ocorre regularmente em 78,9% dessa população, sendo o 2º maior percentual do Nordeste. O primeiro é a Paraíba, com 80,3%. Já o consumo recomendado de hortaliças e frutas ocorre somente em 10%, apesar de ser a segunda maior proporção do Nordeste. Em Aracaju, esse percentual sobe para 16,5%, sendo o maior entre as capitais nordestinas. Porém, segundo o IBGE, existem diferenças na proporção dos grupos que consomem as hortaliças e frutas. Isso varia a depender do grupo de idade, rendimento e ocupação.
Em relação ao consumo de refrigerante regularmente, 5,8% da população de 18 anos ou mais - equivalente a 99 mil pessoas em Sergipe - se encaixam nessa situação. Na capital, esse percentual é maior: 7,5%. Em relação ao consumo elevado de sal, a proporção da população de 18 anos ou mais em Sergipe que se encaixa nessa análise é de 12,1%, o segundo maior do Nordeste. Sergipe fica atrás somente de Alagoas, com 12,4%. Em Aracaju, esse consumo elevado é de 13,6%.
Sobre tabagismo, levando em conta o tabaco fumado, houve a menor proporção do país de fumantes atuais de tabaco (9,2%). Aracaju também é a capital do país com menor percentual de pessoas fumantes de tabaco ( 4,9%). Dos pesquisados, 8,1% das pessoas com 18 anos ou mais fumam cigarro diariamente em Sergipe. A média de consumo é de 10,7 cigarros por dia.
Quanto ao consumo de álcool, Sergipe apresenta a maior proporção de pessoas da região com 18 anos ou mais que costumam consumir bebida alcoólica uma vez por mês ou mais (31,4%); a maioria de 31,7% entre pessoas de 18 a 24 anos. Ao todo, 26,6% das pessoas com 18 anos ou mais, costumam consumir bebida alcoólica uma vez por semana ou mais. Ainda, 25,7% dos motoristas dirigiram após consumir bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, segunda maior proporção do Nordeste, ficando atrás do Maranhão, com 27,4%. Em Aracaju, o percentual é de 20,6%. A partir dos 18 anos, 23,7% dos sergipanos relataram ter realizado consumo abusivo de álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa. Este é o maior percentual do Nordeste, com proporção de 28,1% em Aracaju.
Saúde bucal
Sergipe apresenta a maior proporção de pessoas com 18 anos ou mais no Nordeste que escovaram os dentes ao menos duas vezes ao dia (91,6%). Já 61% das pessoas de 18 anos ou mais consideram sua saúde bucal boa ou muito boa. Existem variações a depender do rendimento e escolaridade.
*Com informações da Agência Brasil e do IBGE





