Janeiro Roxo
Sergipe tem média de 350 casos novos de hanseníase nos últimos 5 anos
Aracaju, Socorro, Itabaiana e Lagarto são os municípios com maior incidência
Cotidiano | Por Saullo Hipolito 29/01/2020 12h44

Com uma média de 350 novos casos de hanseníase por ano desde 2014, Sergipe tem frequentemente recebido palestras e discussões sobre a prevenção à doença, movimento intensificado neste mês, no chamado Janeiro Roxo. A Secretaria de Estado da Saúde promoveu, na manhã desta quarta-feira (29), uma palestra na Faculdade Pio X para chamar a atenção sobre a importância da atenção primária e da prevenção no combate à hanseníase.

Doença de pele infectocontagiosa, ela é causada pelo Bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele. Geralmente, esse distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olho, mas também podem afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

Tendo a representação dos 75 municípios sergipanos, entre médicos e enfermeiros, o seminário estadual destacou a importância e apresentou métodos de como pode ser feito esse diagnóstico clínico-básico, dentro da atenção primária. Além disso, os profissionais presentes deram ênfase à importância da prevenção contra a doença.

De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Mércia Feitosa, o estado sergipano apresenta nível de detecção, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) , como alto endêmico, assim como acontece em outros estados, o que coloca o Brasil como 2º país do mundo com o maior número de casos da doença.

“Temos que estar alertas,  principalmente porque temos a ocorrência da doença em menores de 15 anos [média de 32 novos casos nos últimos cinco anos] e termos crianças adoecendo é um indicador ruim”, afirmou Mércia. Segundo ela,  os municípios com maior incidência de hanseniase são Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana e Lagarto.

[DIREIT]

Uma das características dessa doença é a incapacidade física, decorrente do diagnóstico tardio, onde já existe um processo de lesão no nervo, muscular, ou de toda a estrutura articular, gerando perda de movimento e função. “A fisioterapia ou a terapia ocupacional entra para ajustar distúrbios como esses que às vezes acontecem com os pacientes que descobrem tardiamente a doença”, destacou o fisioterapeuta Michel Batista, que ainda ressaltou a chance de perda total dos movimentos se não tratado corretamente.

Prevenção

Quanto mais rápido o diagnóstico, melhor a chance de curar a doença. Conforme os profissionais no evento, a própria pessoa pode identificar a hanseníase, ou seja, uma mancha que não coça, não dói ou está dormente, pode indicar a necessidade de uma ajuda clínica, com médicos especializados na área.

Se diagnosticada no início, o tratamento da doença dura apenas 15 dias, e evita que a pessoa desenvolva algum tipo de incapacidade física. “É uma doença mais comum do que a gente imagina. Precisamos fortalecer esse atendimento para, a partir daí, melhorar os indicadores epidemiológicos de hanseníase no Brasil”, informou a fisioterapeuta Marta Débora.

Transmissão

A redução da discriminação é um ponto muito importante no combate à doença. De acordo com Mércia Feitosa, é a partir dessa diminuição que as pessoas começam a buscar mais os profissionais de saúde.

Uma das principais formas de transmissão da hanseníase é pela respiração, se a pessoa está doente e sem tratamento.

A hanseníase pode atingir pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e faixas etárias. 
 

Edição de texto: Monica Pintosh
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