Sete novas cepas do coronavírus já circulam em Sergipe, aponta Lacen
Dessa forma, o vírus tende a se tornar ainda mais transmissível e infeccioso Cotidiano | Por Laís de Melo 29/01/2021 17h58 - Atualizado em 29/01/2021 18h22Sete novas cepas do coronavírus já circulam em Sergipe, conforme analisado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 67 amostras de pacientes reinfectados no estado. De acordo com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), as variantes são as mesmas que circulam na maioria dos estados do país, sendo apenas uma das linhagens descrita pela primeira vez no Brasil, a conhecida como B.1.1.251, de sintomas leves e com circulação em países como Estados Unidos, Reino Unido, Peru e Colombia.
Confome o farmacêutico Lysandro Borges, professor de Imunologia Clínica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e coordenador da Força Tarefa Covid-19, nenhuma das variantes tem relação com as linhagens encontradas em Manaus, no entanto, duas mutações entre as sete cepas são preocupantes, por tornarem o vírus ainda mais infeccioso.
A principal característica da cepa conhecida como B1, que circula em Sergipe, incide em alterações na quantidade da proteína spike, que "forma a espicula onde conecta uma maior quantidade de células", tornando o vírus muito mais transmissível. Já a cepa P2, encontrada entre as 67 amostras, também altera a proteína S, porém, na posição RBD, segundo explica Borges.
“Essa alteração faz com que o vírus escape dos anticorpos, e aqueles formados no passado não mais importam. A pessoa pode pegar novamente, porque os anticorpos anteriores para essa linhagem não funcionam. Ou seja, se a vacinação demorar, isso pode gerar uma não eficácia do imunizante. Os cientistas já estão trabalhando para reformular as vacinas no mundo inteiro. Será igual a vacina contra influenza, que precisa ser revalidada todo ano”, explicou o professor ao F5 News.
Ainda segundo Borges, com as novas linhagens do vírus circulando em Sergipe, pode acontecer um aumento gradativo e constante de novos casos da doença, justamente por serem cepas mais infecciosas.
“As mutações estão criando um vírus muito mais transmissível, e que pode escapar do ataque dos nossos anticorpos. Diante disso, a vacina mais eficaz no momento é a Coronavac, por conter o vírus atenuado e atuaria em todas as partes do vírus e não só contra a proteína spike, como é o caso das vacinas de Oxford, da Pfizer e da Moderna”, disse.
O professor ressalta a eficácia das vacinas até o momento, mas chama atenção para a necessidade de uma maior celeridade na imunização da população.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa não haver relatos científicos que indiquem diferenças na transmissibilidade ou letalidade da nova linhagem encontrada pela primeira vez em circulação no estado, a B.1.1.251. "As ações de vigilância epidemiológica e laboratorial têm sido mantidas para uma maior compreensão da descoberta". Além disso, a pasta afirma que a pessoa infectada por essa nova cepa no estado apresentou sintomas leves e já está recuperada.





