Por Fernanda Araujo

O Sindicato da Polícia Civil (Sinpol) se retirou da Comissão de Negociações da Polícia Civil, responsável pela elaboração da Lei Orgânica para policiais civis. O motivo foi a exclusão da Associação dos Escrivães (Aepol) feita pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Segundo o assessor da SSP, Lucas Rosário, a não participação dos escrivães nas discussões ocorreu pelo fato da associação ter sido criada após a Comissão. Portanto, no entendimento do secretário da SSP, João Eloy, não havia necessidade da participação da Aepol, em função também de já existir um prazo para a entrega das propostas para a apreciação do governo de Sergipe, que poderá ser até o final do ano.

De acordo com informações do presidente do Sinpol, Antônio Moraes, a Aepol havia pedido participação nas discussões à Comissão, porém Eloy havia informado, por intermédio do delegado Alessandro Vieira, que a associação não participaria. Para Moraes, a Comissão tem apenas a aparência de ser igualitária. “Na formação da comissão, a SSP aceitou a participação dos delegados. O Sinpol achou excelente, só que, quando a Aepol pediu para participar, simplesmente o secretário não permitiu. Dão hegemonia a apenas um segmento da polícia civil e os demais ficam sem a oportunidade de se manifestar”, se indignou.

A Lei Orgânica que está em negociação desde o início deste mês, segundo a categoria, tem o objetivo de dinamizar o atendimento à sociedade, tornar mais eficaz a resolução dos problemas em termos de organização e democratizar a gestão da SSP. “Não queremos acrescentar ou retirar, queremos que cada vírgula do texto seja discutida, mas que não seja imposta”, colocou Antônio Moraes.

A comissão, que é composta pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Sergipe (Adepol), as associações dos sindicatos representativos e a SSP, foi criada para discutir sobre a Nova Lei Orgânica e encaminhar a proposta final para o governo.

“A meu ver a secretaria faz às escondidas, estão querendo surpreender o governador e levá-lo ao erro. A proposta do sindicato pode não ser aceita, mas vai acatar o que a maioria decidir”, finalizou. O Sinpol vai promover um almoço com os deputados estaduais na quinta-feira (27) com o objetivo de apresentar sua proposta.