Sintese e MP identificam falta de alimentação em escolas da rede estadual
Problema foi constatado em pelo menos três unidades no município de Tobias Barreto (SE)
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 16/11/2018 12h08 - Atualizado em 16/11/2018 14h36

Escassez de alimentação foi registrada em escolas estaduais do município de Tobias Barreto, no Centro Sul de Sergipe. Pelo menos três das sete unidades localizadas na região sofrem com o desabastecimento, segundo denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Pública de Ensino de Sergipe (Sintese).

Esta semana, representantes do Sintese e do Ministério Público visitaram as escolas estaduais Rosinha Felipe, João Antônio César e Abelardo Barreto do Rosário – este último maior colégio estadual da região, com 934 estudantes. O objetivo foi checar se havia alimentação escolar nas unidades e qual a sua regularidade. Na Rosinha Felipe, que atende crianças até o 5º ano fundamental, segundo a denúncia, não há alimentação.

O cenário de caos, de acordo com o vice-coordenador geral do Sintese Centro Sul, Estéfane Lindeberg, é realidade tanto no ensino fundamental quanto no nível médio. Ele afirma que o envio de alimento tem sido insuficiente desde agosto em todas as unidades e estima que em torno de três mil estudantes sofram diariamente com a falta de alimentação.

“Em uma das unidades pré-escolar, a diretoria informou que essa situação era constante. Na João César, por exemplo, enviaram dois quilos de batata doce, dois de mamão papaia, dois de banana, para atender cerca de 370 alunos do ensino médio. No Abelardo, a Seed mandou entregar um saco de batatas que não dá nem para um dia. O caminhão se desloca para cá para entregar algo que não dá nem para uma pessoa. A direção achou até que isso era brincadeira”, relatou o professor.

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Ainda de acordo com Lindeberg, há também problemas estruturais na escola João César. “A madeira que sustenta os telhados está sendo comida por cupim e os azulejos das paredes da sala caindo aos montes. A direção reclama que a sala de jogo é ao mesmo tempo biblioteca, almoxarifado, depósito, porta bagunça. Livros estão junto a geladeira e freezer, mesa de ping pong, armários de arquivo, um verdadeiro caos”, afirmou.

O promotor Paulo José Francisco Alves Filho, que participou da visita, afirmou que irá convocar o Governo do Estado para audiência nos próximos dias e exigir que a situação seja resolvida em definitivo, sob pena de ingressar com ação civil.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que ainda não foi notificada pelo MPE. Ainda de acordo com a pasta, em algumas unidades foram constatados problemas no fornecimento de proteínas por mudança de contrato, mas que a situação será normalizada até a próxima terça (20). “O Governo Federal repassa para o Estado R$ 0,36 centavos por aluno para merenda escolar. Só este ano, o Governo de Sergipe já investiu cerca de R$ 18 milhões na merenda das escolas estaduais”, concluiu a nota.

Fotos: cedidas pelo professor Estéfane Lindeberg

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