SSP investiga morte de paciente psiquiátrico em São Cristóvão
Homem morreu após ser imobilizado durante atendimento do Corpo de Bombeiros
Cotidiano | Por F5 News 01/06/2018 10h55 - Atualizado em 01/06/2018 11h06

O atendimento a um paciente com diagnóstico de esquizofrenia, no município de São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju, terminou tragicamente na tarde de quarta-feira (30). Wellington Gonzaga Santos, 40, morreu após ser imobilizado por uma equipe do Corpo de Bombeiros. A família denunciou o caso, que será investigado pela Polícia Civil.

Segundo familiares e vizinhos de Wellington, ele foi morto por uma ação truculenta dos militares durante a tentativa de atendimento. O fato aconteceu por volta das 15h na avenida Prefeito Horácio Souza Lima, Alto Divineia, povoado Colônia dos Pintos, quando a mãe da vítima acionou o Serviço de Atendimento e Urgência (Samu) para levá-lo a uma unidade de saúde.

A mãe de Wellington, Maria Gonzaga Santos, afirmou que iria levar o filho porque precisava de um laudo médico para dar entrada na aposentadoria. Ainda segundo vizinhos que presenciaram a cena, bombeiros seguravam a vítima que dizia para soltá-lo. Sem conseguir se livrar, Wellington se exaltou e foi imobilizado com violência.

“Uma mulher deu uma rasteira nele e ele caiu, outro colocou o joelho no pescoço dele, nisso a boca dele já estava sangrando e outro pegou o cotovelo e colocou em cima do pulmão. A mãe dele gritou ‘pare, desse jeito você vai matar meu filho, deixe ele aí’. E eu disse que eles iam matar ele. E falaram ‘não moça, estamos fazendo nosso serviço’”, contou a dona de casa Josilene Bispo Santos à TV Atalaia.

Imagem cedida pela família mostra o momento da imobilização que deixou Wellington desacordado. Os bombeiros tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso. “Ele pediu duas vezes para ir tomar banho, que ele ia ao médico, mas eles não ligaram. Estava com todos os documentos para dar entrada na aposentadoria, só faltava esse laudo, por causa disso perdi meu filho”, relatou a mãe, ressaltando que Wellington não era agressivo.

Ainda segundo um sobrinho da vítima que acompanhou a ambulância até o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), a médica do Samu afirmou que Wellington já estava morto quando foi colocado na ambulância. No laudo do Instituto Médico Legal a causa da morte está indeterminada, como morte a esclarecer. Um boletim de ocorrência foi registrado pela família.

Em nota, o Corpo de Bombeiros afirma que a equipe foi solicitada pelo Samu para dar apoio a fim de conter o paciente psiquiátrico que, segundo as informações, estava bastante agressivo, “inclusive violento com a própria genitora”. Na tentativa de conduzir para a ambulância, segundo a corporação, o homem “se mostrou bastante arredio, sendo agressivo com chutes contra a guarnição” e por isso foi necessário mais pessoas para imobilizá-lo, quando o paciente parou de esboçar resistência, ficou inconsciente e teve parada cardiorrespiratória.

Ainda de acordo com os bombeiros, uma Unidade de Suporte Avançado (USA) do Samu foi acionada de imediato e os paramédicos realizaram várias tentativas de reanimação do paciente, que também chegou a ser entubado, mas não resistiu.

A nota diz ainda que a família se negou a prestar informações se o paciente sofria de problemas cardíacos ou se fazia uso de medicação controlada ou entorpecentes. “O Corpo de Bombeiros informa, ainda, que a ocorrência foi realizada seguindo o protocolo de atendimento e lamenta o ocorrido, se sensibilizando com o sofrimento da família”.

O Samu, também em nota, informou que foi acionado por volta das 11h para atender um paciente que estava agredindo familiares. Ao chegar ao local, a equipe constatou que Wellington estava calmo, porém se recusava a ser removido. Com isso, de acordo com protocolo de atendimento a paciente psiquiátrico, os bombeiros foram acionados. O Samu também relata que o paciente iniciou luta corporal com a equipe e que uma USA foi acionada para reanimar a vítima, porém ele não resistiu.

F5 News procurou a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública, que informou que foram solicitados exames complementares para averiguar o que teria causado o óbito. O caso será investigado pela 12º Delegacia Metropolitana e o Corpo de Bombeiros vai instaurar procedimento administrativo para apurar o caso.

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