“Surto de meningite na Costa do Sauípe foi controlado”
Segundo Dr. Marco Aurélio, não há surtos em Sergipe há 10 anos
Cotidiano 24/09/2011 13h19

Por Marcos Rodrigues

Em entrevista concedida à redação do F5 News, o infectologista e coordenador do Núcleo de Doenças Infecciosas da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio, esclarece pontos importantes sobre a meningite e a situação atual de Sergipe e do Nordeste em relação à doença.

Segundo Dr. Marco, “no período de inverno e primavera aumentam os casos e temos estes surtos. Houve um aumento nos casos em agosto e setembro em relação aos outros meses do ano, com riscos de surtos da Meningite Meningocócica (tipo B e C), principalmente da meningite tipo C. Os últimos surtos são do tipo C”. Dr. Marco também ressalta que a meningite dos tipos B e C são mais perigosas, podendo levar a pessoa em coma, causar seqüelas, além de prejudicar visão e audição.

Mesmo oferecendo riscos, Dr. Marco esclarece que “alguns tipos não oferecem risco de epidemia, como a meningite causada pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), que também é responsável pelas pneumonias, pois não é contagiosa e sim infecciosa”.

Sobre o tratamento dos casos, “desde o ano passado a vacina contra o pneumococo foi inserida para combater a pneumonia e a meningite. A vacina contra o minococos C, que causa a meningite C foi inserida no início deste ano. Ela é dada na rotina para toda criança abaixo de 2 anos, como vacina de infância”, afirma. Em adultos, apenas em localidades com surtos ou indícios de surto. “Sergipe trabalha com atendimento de casa em casa para que se possa evitar a ocorrência de surtos, identificando os casos e comunicando à secretaria municipal de saúde”, explica Dr. Marcos Aurélio.

Em Sergipe, de 60 suspeitas registradas até este mês, apenas metade foi confirmado como meningite. Os casos registrados em Sergipe, a maioria dos casos foi registrada em Aracaju e municípios da região metropolitana, além disso, casos foram registrados em Tobias Barreto, Itabaiana e um caso em Cristinápolis. Dr. Marco Aurélio explica que, assim como as demais doenças contagiosas e infecciosas, quanto maior a densidade populacional, maior o risco de contraí-la.

Houveram cinco mortes pela doença, destas, duas pelo minococo, sendo destas apenas uma pelo minococo tipo C. O caso de Cristinápolis, segundo o Dr. Marco Aurélio, “não foi identificado o tipo de minococo”. “A meningite meningocócica é mais rápida, podendo gerar surtos. A Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com as secretarias municipais, busca identificar casos suspeitos e combatê-los”.

“Sergipe está em estado de alerta. A indicação é que o profissional que suspeitar de algum caso informe à secretaria municipal de saúde do seu município para que se inicie o tratamento. Há mais de 10 anos não há surtos de meningite em Sergipe”, afirma.

Sobre a Costa do Sauípe, Dr. Marco Aurélio diz que o surto já foi controlado. “Há duas semanas não há nenhum caso de meningite. Lá [Costa do Sauípe] foram tomadas todas as medidas de controle”. E complementa “é importante lembrar que o surto foi controlado. Em núcleos populacionais, o risco de contaminação é maior. Não há indicação formal para vacinar quem vai à Bahia ou medicar quem regressa a Sergipe. Com exceção da Costa do Sauípe, os casos da Bahia são isolados.

 

Foto: ASCOM/SES

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