Uma associação criminosa suspeita de atuar no desvio de cargas em todo o Brasil foi desarticulada pela Polícia Civil de Sergipe após uma força-tarefa realizada em Minas Gerais e na Bahia. O esquema foi descoberto depois de investigações realizadas desde 28 de dezembro passado. A ação policial teve várias fases e se encerrou na quinta-feira (9) com três suspeitos presos e cargas apreendidas.

Os suspeitos, sendo dois da Bahia e um de Minas Gerais não tiveram os nomes divulgados. Segundo a polícia, eles teriam fraudado uma empresa sergipana após efetuarem a compra de uma carga avaliada em R$ 500 mil, que continha muçarela, manteiga e queijo prato. O alvo do golpe foi a empresa Laticínio Natville, localizada em Nossa Senhora da Glória. 

Conforme o que foi apurado, o líder da quadrilha se passou por proprietário de grandes empresas para fazer a compra. Utilizando documentos falsificados e mensagens eletrônicas hackeadas, o grupo conseguiu que a carga fosse retirada da empresa e levada para um galpão na cidade de Teófilo Otoni (MG), baldeando a carga para outro caminhão vinte minutos depois, como forma de despistar a polícia, e levando para uma distribuidora de alimentos, já em Governador Valadares, também em Minas. 

Dando continuidade à ação, em Governador Valadares era retirada a embalagem original e a carga embalada em etiquetas falsificadas do Laticínio Lactopar, com sede no Paraná, além de também transformar o produto em muçarela fatiada para a venda no varejo, informou a pasta. Na distribuidora em Minas, segundo a PC, foi apreendida parte da carga, avaliada em R$ 150 mil.

As prisões ocorreram nas cidades de Entre Rios e Alcobaça, na Bahia, e em Governador Valadares. Além disso, foram apreendidos oito veículos, que teriam sido utilizados na ação criminosa e alvo de possível sequestro de bens para ressarcimento da empresa vítima do golpe. "A Justiça sergipana foi essencial para a elucidação do caso que mesmo em atividade plantonista deferiu várias ordens judiciais de mandados de busca e prisões", disse a SSP.

As investigações foram realizadas pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), Delegacia de Nossa Senhora da Glória e Delegacia de Lagarto.

"A Polícia Civil sergipana agradece pelo apoio e empenho nas investigações dos integrantes da Polícia Rodoviária Federal; Polícia Militar e Civil de Minas Gerais, nas cidades de Teófilo Otoni e Governador Valadares; a Polícia Civil e Militar baianas, na cidade de Alcobaça; e às inúmeras pessoas entrevistadas que dispuseram informações e filmagens de câmeras de segurança particulares com o intuito de ajudar a segurança pública", completou a pasta.

Ao F5 News, a empresa Laticínio Lactopar informou que tomou com surpresa ao ser informada pela polícia civil sobre o crime. Segundo a empresa, as embalagens foram falsificadas com a mesma marca, no entanto, é possível notar a diferença da arte. Ainda conforme informou a empresa, ao que tem conhecimento, esta é a primeira vez que esse tipo de fraude ocorre e já representou criminalmente, entrando com Ação na Justiça.

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*Com informações da Secretaria de Segurança Pública