Educação
Taxa de analfabetismo segue estável em Sergipe, aponta IBGE
Pesquisa revela, no entanto, que a população sergipana está mais escolarizada
Cotidiano | Por F5 News 15/07/2020 17h05

Nesta quarta-feira (15/07), o IBGE divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) para o módulo anual de educação, que investiga as características básicas do tema para as pessoas de 5 anos ou mais de idade.

Os resultados do módulo de Educação apresentam, para Sergipe, estabilidade em algumas temáticas e melhora em outras. Porém, persistem as desigualdades regionais, de gênero e de cor ou raça.

Em Sergipe, a taxa do analfabetismo registrada em 2019 para pessoas de 15 anos ou mais foi de 13,5%. Em relação aos anos anteriores (a partir de 2016), o número não apresentou variação estatisticamente significativa. Ainda assim, a taxa estava entre as mais elevadas do país e retratava as diferenças sociais, principalmente de gênero, cor e raça, mas sobretudo diferenças geracionais. Para brancos, a taxa ficou em 11,2%, ao passo que para pretos e pardos ela ficou em 14,2%. Entre homens, a taxa era de 14,9% ante 12,3% entre mulheres.

As diferenças mais visíveis, porém, aparecem nos recortes etários, em especial na comparação entre a taxa para pessoas com 15 anos ou mais (13,5%) e a taxa para pessoas com 60 anos ou mais (37,9%). Para pessoas com 60 anos ou mais e de cor ou raça preta ou parda, a taxa de analfabetismo em 2019 chegava a 40,2%. Por outro lado, considerando apenas a região metropolitana de Aracaju, na população com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo caía para 6,4%.

Apesar da taxa de analfabetismo não ter apresentado variações estatisticamente significativas no período 2016-2019, a população está mais escolarizada. Um dado que reflete esse aumento da escolaridade é o número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais de idade que, em Sergipe, ficou em 8,2 para o ano de 2019. Em 2016, eram 7,8 anos de estudo e, em 2018, 7,9 anos. As variações nas duas comparações foram consideradas estatisticamente significativas.

O aumento foi estatisticamente significativo nas duas comparações para as mulheres, que em 2016 tinham 8,1 anos de estudo, passando a 8,2 em 2018 e 8,5 em 2019. O mesmo aconteceu no grupo de pessoas com cor ou raça preta ou parda, com a média de anos de estudo passando de 7,5 em 2016, para 7,7 em 2018 e para 7,9 em 2019. Os padrões de desigualdade, porém, se mantiveram. Mulheres têm em média mais anos de estudo que homens (8,5 contra 7,8) e brancos, mais do que pretos e pardos (9,1 contra 7,9 anos).

Essa diferença é menos visível na região metropolitana de Aracaju, quando se considera o recorte por sexo. Em 2019, eram 10,3 anos de estudo em média, com 10,2 anos para homens e 10,3 para mulheres. Considerando apenas a capital, os dois grupos empatam em 10,8 anos. No recorte por cor ou raça, porém, a diferença se intensifica, com uma média de 11,6 para brancos e 9,8 para pretos ou pardos na RM de Aracaju, e 12,1 para brancos e 10,3 para pretos ou pardos no município da capital.

Outro indicador que apresentou melhora na comparação com anos anteriores foi a frequência na escola ou creche no grupo de 0 a 5 anos de idade. Em 2016, 44,0% das crianças nesse grupo etário frequentavam escola ou creche. Em 2019, esse percentual passou para 52,8%. Considerando apenas as crianças com 4 e 5 anos de idade, também houve um aumento estatisticamente significativo (89,6% em 2016 para 94,8% em 2019). No grupo de 0 a 5 anos de idade, o aumento foi considerado estatisticamente significativo tanto para homens quanto para mulheres. No recorte por cor ou raça, a variação foi estatisticamente significativa entre pessoas pretas ou pardas.

Dos cerca de 660 mil estudantes de Sergipe em 2019, 70,3%, ou 465 mil, utilizavam a rede pública de ensino, e os 29,7% restantes a rede privada. No grupo de idade do ensino fundamental (6 a 14 anos), a proporção era bastante semelhante: 73,6% na rede pública e 26,4% na rede privada. Essa relação se inverte no grupo com 25 anos ou mais de idade, com 53,4% no ensino privado contra 46,6% no ensino público. No ensino superior, Sergipe contabilizava 78 mil pessoas, das quais 66,6% frequentavam a rede privada. No nível de pós-graduação, a participação da rede privada aumentava, chegando a 74,1% dos cerca de 11 mil estudantes de especialização, mestrado e doutorado do estado.

*Com informações do IBGE

Edição de texto: Monica Pintosh
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