Usuários do Case reclamam da superlotação e lentidão no atendimento
Problemas técnicos estão sendo resolvidos pelo Ministério da Saúde, segundo SES
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 27/09/2018 12h00

Completando 72 anos de vida, a aposentada Rizovalda dos Santos (foto) comemora seu aniversário dentro do Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case), em Aracaju. Ela acordou às 4h desta quinta-feira (27) para chegar cedo ao local e garantir a senha de número 70. E assim como a maioria dos pacientes, ela espera a chamada eletrônica para pegar seus medicamentos,  ritual repetido mensalmente.

De acordo com a usuária, que vem de Estância, não é simples o processo. "Nós que precisamos temos que esperar por muito tempo e a indignidade só aumenta com essa demora. Estou nesse batido há quatro anos. Como precisamos, temos que aguentar, às vezes chego aqui e não pego o medicamento, ou seja, perco o dia para nada. É constante o problema, é triste", disse.

O centro, que é gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem mais de 20 mil usuários cadastrados, tanto da capital, quanto do interior. Diariamente estima-se que 900 pessoas frequentem o local.

Desempregada, Luciara Tatiane Rosa esteve pela primeira vez e se assustou com a quantidade de pessoas. “Vim pegar medicamento para a minha mãe, mas é muito complicado, essa superlotação dificulta, estou há quase três horas aguardando de pé, porque não tem local para sentar”, disse ela, que afirmou ter chegado às 7h10 e até as 10h não havia sido atendida.

A retomada ao local é comum para as pessoas, principalmente porque o sistema de atendimento utilizado frequentemente fica indisponível. Desde setembro do ano passado, a professora de português Rita de Cássia Oliveira vem tentando dar entrada na medicação para seu pai, que é hipertenso, e só em março passado ela conseguiu retirar a primeira medicação necessária.

“A demora é grande e por conta da idade dele eu pedi para vir. Eu tenho que perder dia de trabalho, ou seja, dinheiro do meu salário, para solicitar uma coisa que deveria ser básica para a saúde dele. Desde quarta-feira (19) eu estou aqui e ainda não consegui obter êxito”, disse a professora.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o problema com o sistema é verdadeiro e a pasta vem cobrando melhorias  ao Ministério da Saúde e à  coordenação do sistema Orus, do DataSUS.  Em resposta, a coordenação afirmou à secretaria que trabalha na solução da lentidão desde o dia 24 desse mês.

Segundo a profissional, seu pai mora em Monte Alegre, há 145 km da capital e para chegar ao Case e pegar uma senha é necessário que ele saísse por volta das quatro da manhã, como ela fez nesta quinta-feira (27). De acordo com ela, caso tudo dê certo, será necessário que ela retorne ao centro por mais dois dias, para finalização do procedimento.

A SES ainda afirma que esse problema de lentidão é maior no final do mês, porque os usuários deixam para pegar a medicação no último momento.

“Como somos pobres e precisamos do serviço, temos que reclamar, mas aguentar a situação. Precisamos que olhem com mais atenção para a população”, concluiu a aniversariante Rizovalda dos Santos.

O Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case) fica no bairro Capucho, zona Oeste da capital, próximo ao Hospital de Urgência de Sergipe. Os telefones para contato são (79) 3234-3402, 3234- 3404 ou 3234-3410.

* Fotos: Saullo Hipolito

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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