Violência aflige moradores do Siqueira Campos
Em festa, adolescente de 16 anos foi morto por arma de fogo
Cotidiano 05/03/2012 14h31

Mirella Mattos

O falecimento do adolescente Rafael Luís Lopes Dias Alves, de 16 anos, por volta das 20h, nas proximidades de uma festa que ocorreu durante o dia de ontem (04) no cruzamento da avenida São Paulo com a rua Paraíba, trouxe à tona temores antigos dos residentes do Siqueira Campos.

 A dona de casa identificada como E.S.S  é moradora do bairro há 20 anos e diz que a violência sempre foi uma constante, mas afirma que, nos últimos anos, especialmente com o advento das festas organizadas no perímetro, a criminalidade tomou proporções ainda maiores. “Sempre tem baderna quando tem festa aqui. Essa festa mesmo foi organizada pelo pessoal da vila. Eles fazem essa festa todo ano e todo ano acontece alguma morte. Ano passado um rapaz foi morto à facadas, esse ano foi de bala de revólver”, lamenta.

Segundo E.S.S, a festa, a princípio, era paga e para  um público seleto. Por isso, os não pagantes, que eram a maioria, acabaram se aglomerando do lado de fora. Foi esse o cenário do crime. “O ingresso era R$10 e um quilo de alimento. Só entrou mesmo na festa pouca gente. A maioria ficou aqui do lado de fora na baderna. O que a gente sabe aqui dos relatos das pessoas é de que o rapaz foi assassinado por causa de uma rixa de torcida e o outro que foi parar no hospital era amigo do bandido”, detalha.

E.S.S diz ainda que esse tipo de festa ocorreria sem o aval da maioria dos  moradores da área e sem qualquer tipo de licença da prefeitura. “Aqui nesse trecho mesmo tem muito idoso, muita criança. Não tem uma pessoa aqui por perto que seja a favor dessa festa e outra coisa: essa festa acontece aqui sem qualquer tipo de licença. Mas a gente não pode fazer nada porque a gente tem medo de morrer. Então, o que a gente tem que fazer mesmo é fechar os olhos e fingir que nada disso está acontecendo”, desabafa.

A calçada de E.S.S já estava varrida quando a equipe de reportagem chegou à sua residência, entretanto, no meio da rua ainda era possível encontrar os resquícios da noite anterior: bitucas de cigarro, garrafas de vidro quebradas e  invólucros que serviam para o transporte de drogas para serem consumidas ali, a exemplo da cocaína.

“Quando tem festa aqui, junta tudo o que não presta e meu medo maior é pela segurança da gente, que é inexistente. A gente não pode nem ficar aqui na calçada de casa mais”, relata E.S.S.

Assaltos

 A moradora revela ainda que os assaltos na rua Paraíba são constantes e que ocorrem, inclusive, à luz do dia. “Já cansei de ver assalto aqui às 11h; eu mesma já fui vítima de um”, diz.

Questionada sobre o policiamento no bairro, E.S.S informa ser de grande precariedade. “Quando tem ronda aqui é só na avenida São Paulo. Aqui mesmo na rua Paraíba veículo nenhum da polícia passa”, garante.

Polícia Militar

Conforme o tenente coronel Adolfo Menezes, a PM já disponibilizou a partir de hoje um reforço de três motos para as rondas na área.

Ainda segundo relato da moradora, a festa fechada teria ocorrido entre as 16h e as 20h. Entretanto, carros de som ficaram na avenida até as 2h da manhã e a polícia teve que intervir para restabelecer o sossego na área. 

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