Sergipe
Volta às aulas presenciais requer atenção aos cuidados sanitários e emocionais
Em Aracaju, escolas particulares retomaram atividades nesta segunda-feira (18)
Cotidiano | Por F5 News 18/01/2021 10h27

Todo início de ano, os pais e responsáveis se preparam para a volta às aulas dos filhos. Realizar matrícula, comprar o material escolar e motivar as crianças e adolescentes a recomeçar os estudos são tarefas comuns nesse período. Neste ano, porém, o retorno às aulas presenciais requer ainda mais cuidados em virtude da pandemia de covid-19, que alterou a rotina de estudantes em todo o mundo.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) elaborou um protocolo com uma série de medidas sanitárias preventivas à doença, que precisarão ser seguidas por todas as instituições de ensino. Na rede particular de Aracaju, as aulas presenciais foram retomadas nesta segunda-feira (18), e nas escolas públicas isso vai ocorrer no dia 22 de março.

A infectologista da SMS Fabrízia Tavares diz que as crianças representam uma parte menor dos atendimentos feitos na capital relativos à covid-19. “A faixa etária que mais vem dando entrada na rede hospitalar com quadros mais importantes para covid são adultos jovens, ou seja, acima de 18 anos. Então, nas faixas etárias menores a gente não tem visto uma significância epidemiológica em relação à contribuição para o número de novos casos, nem para o número de casos graves”, afirma.

Além das medidas obrigatórias a serem adotadas nas escolas, como distanciamento social e uso de álcool em gel, o retorno dos estudantes será de forma paulatina, com a aplicação de rodízio, por exemplo, e a forma híbrida de ensino, com a continuação do uso das aulas virtuais.

Ainda assim, Fabrízia ressalta a importância dos pais procurarem a escola para conhecer os protocolos elaborados por cada instituição. “É muito importante que os pais participem, vejam como está o colégio, como eles se preparam para receber os seus alunos. E também sejam parceiros nessa construção, isso é importante”, destaca.

Reflexos emocionais

Essa situação ressalta a importância de se preocupar com outro fator nesse retorno às aulas presenciais: os impactos emocionais nas crianças, pais e professores. A psicopedagoga Elaine Campos, que trabalha no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infanto Juvenil Ivone Lara, em Aracaju, destaca que nas crianças o principal impacto é o medo. “A gente se deparou com muitas crianças adoecidas nesse sentido. O medo de sair de casa, o medo do contágio, o medo de perder alguém”, diz ela.

Para amenizar essa situação, a psicopedagoga aponta a importância do diálogo constante. ”Tanto a família como a escola vão precisar se reorganizar. Vai ser preciso um acolhimento mútuo: tanto da escola com a família, como da família com a escola. Aceitar as limitações de cada instituição”, afirma.

Além disso, Elaine relembra que a missão do professor em sala de aula será enorme, já que, além de se autocuidar, cada profissional precisará fiscalizar o cumprimento das medidas de biossegurança pelos alunos. E, exatamente por ter esse contato mais próximo com as crianças e adolescentes, os professores podem se tornar importantes aliados das famílias.

“Esse é o papel importante do professor. Ele vai ficar atento para perceber possíveis danos e sinalizar para a família. Porque, em casa, os pais têm outros afazeres; a casa se tornou escritório, o local de formação, a sala de aula. Então, são muitas demandas dentro de casa que talvez os pais acabam passando alguma coisa. Na escola, o professor vai sinalizar e, assim, vai ajudar a família a direcionar o cuidado dessa criança e adolescente para profissionais especializados”, afirma.

Para os mais jovens, cumprir medidas que obrigam o distanciamento entre os colegas pode ser mais difícil, como explica a psicopedagoga. “A criança é um ser, por natureza, afetuoso. O ser humano tem essa necessidade do contato físico, mas para a criança isso é muito mais concreto. O tocar, o acolher é algo natural mesmo.”

Entretanto, com muito diálogo, é possível convencer as crianças e jovens a seguirem os protocolos e, assim, possibilitar que a volta às aulas presenciais seja feita de forma segura, como explica Elaine. “Elas provaram que acatam regras, desde que entendidas.  Este é o grande papel dos pais, das famílias, dos cuidadores: usar dessa paciência, dessa força que eles têm dentro de si e usar de muito amor”.

*Com informações da Agência Aracaju
 

Edição de texto: Monica Pintosh
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