Em Laranjeiras, Festa do Lambe Sujo e Caboclinho atrai multidão
Entretenimento 10/10/2011 16h49Conhecida como a capital da cultura sergipana, o município de Laranjeira, distante 18 km de Aracaju, preserva uma das mais antigas tradições de Sergipe: a festa dos Lambe Sujos e Caboclinhos, encenada há mais de cem anos.
A festa tem início às 4h da manhã com alvorada, cortejo dos Lambe Sujos e Caboclinhos pelas principais ruas da cidade. Os visitantes são batizados com a tinta usada na brincadeira de melar, uma mistura de mel de cabaú misturado ao pó xadrez. A funcionária pública Helem Tarollin não perde a festa. Ela reside em Aracaju e afirmou que se contagia com as brincadeiras. "Neste dia, todos se misturam e viram Lambe Sujos e Caboclinhos, independente da posição social. Não perco este momento por nada", disse.
Quem vai à festa já sabe que o uso de roupas velhas é um requisito a ser levado a sério. “Você pode correr e se esconder, mas em algum momento um lambe sujo vai te dizer, dá, dá, iô iô e mesmo que você dê o dinheiro que ele pede, o agradecimento será um abraço bem melado”, contou o empresário Roberto Junior.
Tradição
O evento dura o dia inteiro e é considerada uma das maiores manifestações de teatro espontâneo ao ar livre do mundo. A festa do Lambe Sujo e Caboclinhos conta a história dos escravos africanos e como suas fugas e artifícios confundiam os capitães do mato. O termo "Lambe Sujo" vem da camuflagem que os escravos aplicavam sobre o corpo para facilitar sua fuga.
O Lambe Sujo possui um número ilimitado de participantes: existe o rei, o primeiro e segundo feitores, mãe Suzana, princesa e negros. Nos Caboclinhos, as personagens são o rei e a rainha, cacique, pajé e caboclinhos. De short e gorro vermelhos são os adereços pessoais de cada brincante que colore as ruas da cidade. Os lambes sujos pintam o corpo com uma mistura de tinta preta e melaço de cana e carregam uma foice símbolo da luta pela liberdade. Já os caboclinhos pintam o corpo de vermelho e se vestem como índios, com saiote e colar de penas
No período da tarde, é vez das figuras reais dos grupos entrarem em cena. Enquanto os lambe - sujos buscam seu rei, o pai Juá e sua mãe Susana, os caboclinhos buscam seus príncipes e princesas. Começa então a fase crucial da festa aonde os grupos folclóricos encenam a derrota dos negros. Toda a encenação é acompanhada por grupos musicais.
Fotos: Ascom/Setur


Maratona cultural é promovida pela Prefeitura

Banda sergipana lança primeira gravação de estúdio “O meu samba em oração”

Evento online terá a participação de nomes de referência da imprensa brasileira

Mergulho nas expressões culturais da Mussuca pretende alcançar o Brasil

Produção mostra um pouco do que é a vida na Ilha do Ferro, em Alagoas