Forró Caju: Casarão da Clemida resgata cultura e tradição nordestina
Entretenimento 21/06/2015 07h33

Em 2013, quando foi criado o Casarão da Clemilda, o intuito da atual gestão foi o de fomentar e resgatar o forró pé-de-serra, tão tradicional na cultura nordestina. No Forró Caju deste ano, assim como nas duas edições anteriores, quando o espaço passou a ser cativo no evento, o público foi levado pelo ritmo forrozeiro e ainda pode se deslumbrar com a beleza das quadrilhas juninas.

O Casarão inicia a festa bem cedinho. Durante os 11 dias de Forró Caju, o espaço começa a esquentar por volta das 18h e leva o fervor da cultura nordestina até o dia clarear. Pensado para homenagear uma das maiores artistas do Estado de Sergipe, o Casarão da Clemilda reúne um público diversificado com crianças, jovens, adultos e idosos, não só de Sergipe, mas de outras partes do Brasil, com a intenção em comum: ser contagiado pelo forró de raiz.

Já acostumado a viajar pelo país, o casal vindo de Campinas, no Estado de São Paulo, encontrou em Aracaju o refúgio junino ideal. Já conhecedores do São João de cidades como Maceió, em Alagoas, e Campina Grande, na Paraíba, Regina Cappi e Ernani Cappi foram atraídos para Aracaju e afirmam: aqui se vê o melhor da tradição nordestina. Umas das atrações vistas por eles no Casarão da Clemilda foi Robertinho dos Oito Baixos, filho de Clemilda e Gerson Filho.

"Conhecemos Robertinho na Marinete e nos tornamos amigos. Ele nos falou do Casarão e viemos conhecer. É simplesmente maravilhoso", disse Regina.  O marido, encantado com a festa, completou afirmando que o forró os atrai. "Não sabemos dançar muito bem, por isso, admiramos outras pessoas dançando e viemos apreciar o som do forró", concluiu Ernani.

Ao contrário dos campinenses, Adalgisa Ferreira e José Soares caíram na dança. No meio do salão do espaço, eles, que estão em namoro há nove anos, se olhavam como se estivesse acabado de se conhecer e estavam encantados um com o outro. "Adoramos dançar e sempre ficamos satisfeitos quando vemos o forró de raiz sendo tocado. Por isso, fazemos questão de vir para o Casarão. O Forró Caju está em primeiro lugar", frisou Adalgisa.

Outro casal animado com o forró era Elis Cristina e Milton Santos. Ela, de Aracaju, apresentou o Forró Caju para ele, que é de Maceió. "Não sei explicar a sensação que me faz pensar que este é o melhor São João do país, só sei que aqui sinto a tradição nordestina com mais força e adoro, principalmente o Casarão, onde podemos dançar o verdadeiro forró pé de serra", explicou Milton.

Identidade nordestina

Este é o terceiro ano em que o Casarão da Clemilda anima os forrozeiros. Além de resgatar a tradição, o objetivo foi o de incentivar o trabalho dos artistas sergipanos.

Para Amorosa, diretora de Arte e Cultura da Funcaju, foi a gestão do prefeito João Alves que se preocupou com a valorização do artista de Sergipe e as últimas edições do Forró Caju são a prova disso. "Esta gestão dobrou o número de artistas sergipanos a se apresentarem e isso demonstra a preocupação do prefeito com a arte que é feita no nosso estado e por pessoas daqui", ressaltou.

O Casarão da Clemilda é outra confirmação do que Amorosa afirmou. "O espaço resgatou o espírito junino que estava se perdendo. Aqui encontramos os forrozeiros autênticos e também a identidade nordestina", destacou ela.

Quadrilhas  

Todos os, durante o Forró Caju, uma quadrilha se apresenta no Casarão da Clemilda. Muitos olhares curiosos e encantados se viram para uma das mais belas tradições nordestinas. A mistura de música, dança e cores atrai pessoas de todos os cantos e não é para menos, cada passo das coreografias é um presente para quem vê.

No segundo dia do maior evento do estado, a quadrilha Asa Branca se apresentou no Casarão. Luan Reis é um dos integrantes do grupo. Há seis anos dançando quadrilha, ele se diz realizado com o que faz. "Quadrilha é tudo para mim e ver o sorriso das pessoas ao nos verem dançar é o que tenho de mais gratificante no que faço", alegrou-se.

Por incentivo da mãe, Maria Júlia Meireles já dança quadrilha há dois anos. "Me sinto feliz em poder dançar quadrilha. Essa época do ano fico ainda mais animada e gosto de perceber que as pessoas admiram o que fazemos", salientou. A mãe, por sua vez, acabou entrando na quadrilha também. "Incentivei a Maria Júlia e acabei indo no mesmo ritmo e hoje fico em feliz em fazer parte desta tradição", declarou Cecília Meireles.

Para Lucas Souza, outro integrante da Asa Branca, a quadrilha é uma manifestação da cultura nordestina de raiz e, justamente por isso, ele se sente honrado em fazer parte disso. "Danço com muita alegria e, muitas vezes me emociono ao ver a satisfação das pessoas. Isso é uma das melhores coisas que temos no Nordeste", completou.

Fonte: Agência Aracaju

Fotos: André Moreira/ASN

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