Selo musical “Mangaba” promove artistas locais e é destaque em Sergipe
Cultura musical independente no estado é recente, mas cheia de potencial
Entretenimento | Por Victória Valverde* 16/02/2019 09h00 - Atualizado em 21/02/2019 16h06

Viver da própria música e fazer sucesso no meio é o sonho de muitos, mas tem se tornado um objetivo cada vez mais desafiador. Como uma alternativa para facilitar a realização desse sonho sem depender das grandes gravadoras, surgem os selos musicais.

Utilizando as redes sociais e mídias digitais a seu favor, os selos funcionam como um ponto de encontro entre bandas e de um público em comum, formando uma rede de apoio para que artistas independentes divulguem sua arte com mais facilidade e abrangência.

Em Sergipe, a cultura da música independente é recente, mas cheia de potencial e efervescência. Ainda há uma mentalidade mais voltada para o cover, com eventos como o falecido Coverama (que teve fim em 2014), onde bandas locais tocavam músicas de outras bandas. Porém essa mentalidade está mudando.

Nascido em 2017, o selo musical Mangaba vem movimentando a cena da música independente local e se destaca no estado pelo seu trabalho.

Mangaba

Com nome que faz referência à fruta local, o selo Mangaba trabalha atualmente com cinco bandas: Cidade Dormitório, Taco de Golfe, Tori, El Presidente (foto) e Lllucas. Além de promover o trabalho de seus artistas, o selo também traz bandas de outros estados, formando um rico intercâmbio musical.

O Mangaba é coordenado pelos músicos Matheus André Reckziegel e Alexandre Damasceno. Desde sua criação já rendeu inúmeros frutos. Além da criação de eventos para divulgar artistas locais, como o “Blend Sessions”, - que acontece na última quinta-feira de todo mês - , bandas como a Taco de Golfe e a Cidade Dormitório tiveram oportunidade de tocar fora do estado.

O selo também trouxe bandas grandes para Sergipe, como a Mahmed, Boogarins e Vivendo do Ócio.

Para 2019, os planos do Mangaba consistem em continuar fazendo evento pontuais, com mais direcionamento e estrutura. Além disso, recrutar novas bandas e liberar novos materiais dos artistas.

Apesar de todo o trabalho realizado, as dificuldades persistem. "Até agora a gente não consegue viver só da música, tudo que a gente ganhou foi revertido para investir no selo. A maior dificuldade é mudar a mentalidade do público e tornar habitual ir prestigiar uma banda independente”, analisa o músico Alexandre Damasceno.

Dentro do Selo

Uma das bandas presentes na Mangaba é a Tori, apelido da vocalista e compositora do grupo, Vitória Nogueira. Com um som difícil de definir (Vitória o definiu como um pop-post-rock-lofi-experimental-fofo-sem-querer), Tori se destaca pelo trabalho instrumental complexo e letras sensíveis.  

A vocalista Vitória reconhece a importância do trabalho de selos como o Mangaba. “Acho essencial para gerar uma certa unidade local. Sinto que o Nordeste era muito viciado no que vinha do Sudeste e meio que não enxergava o que existe aqui e ali do lado. Ainda tem gente que se surpreende quando vê que tem coisa massa sendo feita aqui”, disse.

Outra banda do Mangaba é a El Presidente, que teve seu primeiro show em junho de 2017. O grupo é permeado por vários gêneros e influências, como o pós-punk, o psicodélico, o pop e por canções e orações brasileiras.

O guitarrista e vocalista da banda, João Mário, relata que a Mangaba é um território fértil onde bandas independentes conseguem criar alguma relação com o público.

“A Mangaba abre um campo de atuação maior, onde esses talentos e esforços podem ser amplificados, mas a banda precisa de certa forma já estar andando sobre suas próprias pernas, já que os grupos precisam gravar e produzir sozinhos”, diz o músico.

 

*Estagiária sob a orientação da jornalista Monica Pinto. 

 

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